Em primeiro lugar, a Igreja ensina que nenhum ser humano é um mero homo ou heterossexual. Ele é acima de tudo
criatura de Deus e destinatário de Sua graça, que o torna filho Seu e herdeiro da vida eterna (Homosexualitatis
problema, 1986, n.16).
Como filho de Deus, na busca da verdade e do bem, convém considerar o que diz o papa Francisco. O
conhecimento da verdade é progressivo. A compreensão do homem muda com o tempo, e sua consciência se
aprofunda. Recorde-se o tempo em que a escravatura era aceita e a pena de morte era admitida sem nenhum
problema. Os exegetas e os teólogos, como também as outras ciências e a sua evolução, ajudam a Igreja a
amadurecer o próprio juízo. Como consequência, há normas e preceitos eclesiais secundários que em outros
tempos foram eficazes, mas que hoje perderam valor ou significado. Uma visão da doutrina da Igreja como um bloco
monolítico a ser defendido sem matizes é errada (Entrevista, 19/8/2013). Portanto, o fiel cristão deve procurar ser
adulto na fé, atento às contribuições das ciências, que hoje não mais consideram a homossexualidade como doença,
e ajudar a Igreja a amadurecer seu juízo. Nenhum fiel deve se encapsular em posturas intransigentes avessas à
reflexão crítica e ao diálogo.