Autor: Equipe Diversidade Católica

Protesto do clero de Chicago contra a linguagem homofóbica da hierarquia católica

Carta Aberta à Hierarquia da Igreja Católica Romana sobre a Solicitude Pastoral com Pessoas Gays e Lésbicas Berwyn, Illinois, 19 de dezembro de 2003 Como pastores católicos, nós ficamos cada vez mais incomodados com o tom e, em alguns casos, com os conteúdos de documentos e pronunciamentos do Vaticano, de conferências episcopais e de bispos individualmente em questões referentes a homossexuais ou a gays e lésbicas. Nós respeitamos a autoridade do magistério da Igreja. Por isso, consideramos bastante perturbador o uso crescente da linguagem violenta e abusiva contra qualquer pessoa. Esta linguagem é inapropriada. E especialmente quando se dirige aos membros da comunidade dos fiéis. Estes pronunciamentos divisivos e excludentes da Igreja contrariam a correta solicitude pastoral. A caminhada na fé é única e sagrada, incluindo a integração pessoal da sexualidade e da espiritualidade. As condenações feitas a católicos sinceros, que pretendem ter sentido fora do horizonte de seu caminhar, são inapropriadas e pastoralmente destrutivas. Como sacerdotes e pastores, falamos com franqueza para ficar claro que nossos irmãos gays e nossas irmãs lésbicas são membros da família de Deus, irmãos e irmãs do Senhor Jesus, e merecem a mesma dignidade e respeito devida a todo ser humano. Reconhecer a dignidade inalienável da pessoa humana é o único caminho para a justiça e a reconciliação. Nós afirmamos a bondade intrínseca de todas as pessoas homossexuais. Nós nos enraizamos no documento dos...

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“Não me tornei padre para me meter na cama das pessoas”

Reportagem de Emilio Ruchansky publicada no jornal argentino Página/12 em 11/07/2010, durante os embates entre a Igreja Católica daquele país (cuja conferência episcopal era, à época, presidida pelo então Cardeal Jorge Bergoglio) e os defensores do projeto de lei pela união civil (depois, pelo casamento) entre pessoas do mesmo sexo. Matéria traduzida para o português pelo CEPAT para publicação no IHU, foi reproduzida neste blog. “A hierarquia não aceita perder o poder e quer meter-se na cama das pessoas. Eu não me tornei padre para me meter na cama das pessoas”, afirma o padre argentino Eduardo de la Serna sobre a polémica que envolve o projecto de lei que permite o casamento civil para pessoas do mesmo sexo. O cardeal Jorge Bergoglio invocou a ‘Guerra de Deus’ contra o projecto e alguns sacerdotes passaram a contestar a posição da hierarquia qualificando-a de atrasada e autoritária. Primeiro foi um padre de Mendoza, Vicente Reale, que no canal 9 da Província manifestou apoio ao projecto aprovado na Câmara dos Deputados. Justificou o apoio utilizando argumentos jurídicos e religiosos. “Aqueles que possuem determinada convicção, seja religiosa ou não, podem defendê-la, mas não têm o direito de condenar ou obrigar os outros a segui-la, prejudicando a terceiros”, disse no seu comentário semanal televisivo. Logo depois, um grupo de padres cordobeses criticaram fortemente a hierarquia da Igreja. A esses somou-se um grupo de sacerdotes bonaerenses liderados por Eduardo...

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Minha culpa perante os nossos irmãos e irmãs homossexuais

Eu, pecador e presbítero, peço perdão aos meus irmãos e irmãs homossexuais, em meu nome, em nome de outros, muitos, presbíteros e em nome da Igreja Católica, da qual faço parte desde o meu baptismo. Peço perdão porque não soube apreciar o dom do corpo e da sexualidade; porque coloquei reservas ao prazer e o considerei algo baixo, sujo e desprezível; porque preferi seguir Agostinho de Hipona em vez de fixar os meus olhos em Jesus de Nazaré. Peço perdão porque me juntei aos que discriminam as pessoas homossexuais, escutei em silêncio e até contei algumas piadas que os degradam. Tolerei que se fale deles com desprezo e sejam catalogados com epítetos humilhantes. Senti medo de ser visto em público acompanhado de alguma pessoa abertamente homossexual. Peço perdão porque não abri espaços para as pessoas homossexuais, no seio das paróquias onde servi; porque me calei perante seminaristas homossexuais que foram expulsos do seminário somente por essa razão; porque guardei para mim as minhas opiniões sobre encerramento da Igreja no que respeita aos homossexuais, em vez de abrir um debate público que tanta falta faz na comunidade cristã. Peço perdão porque não soube valorar e apreciar a entrega de tantos catequistas, ministros e servidores homossexuais que há nas nossas igrejas, porque baixei a voz até que esta se transformasse em sussurro de capelinha nas reuniões de presbíteros, quando deveria elevá-la...

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Ficar ou sair da Igreja?

Artigo de 2010 do teólogo franciscano Timothy Radcliffe a propósito dos escândalos em torno das denúncias de abusos sexuais por padres na Europa. Um dos teólogos mais polêmicos da Igreja, e um forte aliado do Papa Francisco, Radcliffe desde 2015 é consultor do Pontifício Conselho “Justiça e Paz” (saiba mais aqui). Novas revelações de abusos sexuais por padres na Alemanha e na Itália provocaram uma onda de raiva e de desgosto. Eu recebi e-mails de pessoas de toda a Europa perguntando como eles ainda podem ficar na Igreja. Eu até recebi um formulário com o qual poderia renunciar à minha participação na Igreja. Por que ficar? Primeiro, por que ir? Algumas pessoas sentem que não podem mais ficar associadas a uma instituição que é tão corrupta e perigosa para as crianças. O sofrimento de tantas crianças é de fato horroroso. Elas devem ser a nossa primeira preocupação. Nada do que vou escrever pretende, de forma nenhuma, diminuir nosso horror diante do mal dos abusos sexuais. Mas as estatísticas para os EUA, do John Jay College of Criminal Justice de 2004, indicam que o clero católico não causou mais ofensas do que o clero casado de outras Igrejas. Algumas pesquisas apresentam até um nível menor de transgressões por parte dos padres católicos. Eles são menos propensos a cometer transgressões do que professores leigos de escolas, e talvez essa probabilidade em comparação...

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Propongo una moratoria

O teólogo presbiteriano Juan Stam, hoje vivendo na Costa Rica, propôs às igrejas evangélicas uma moratória, de cinco anos, para que elas analisem com calma o assunto da homossexualidade, deixem os homossexuais em paz e se fixem em outros temas mais importantes e evangélicos.   Nuestra iglesia evangélica, igual que la católica, parece haberse obsesionado por los temas sexuales, como si ésos fuesen los únicos problemas críticos de nuestro tiempo y como si de ellos dependiera el futuro de la iglesia y de la civilización. Temas sexuales, especialmente la homosexualidad, dominan abrumadoramente el discurso de los políticos protestantes; entre la gran mayoría de los evangélicos, la sola mención de homosexuales y lesbianos les infunde pánico. Más que sólo principios bíblicos y teológicos, que por supuesto son cruciales, parece funcionar aquí un profundo prejuicio social. Los evangélicos, junto con los católicos, salen en masa para unirse a las marchas contra los homosexuales. Manifestaciones multitudinarias se han realizado en Costa Rica, Argentina, Brasil y muchos otros países. Es una causa popular, apoyada por el prejuicio de la sociedad misma. No estoy minimizando la importancia de la ética sexual ni de nuestra fidelidad bíblica, pero sí quiero cuestionar las prioridades erradas de esta obsesiva campaña contra los homosexuales. ¿Por qué será que para una marcha anti-homosexual salimos a la calle por cientos de miles, pero cuando se trata de una protesta contra...

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