Depoimento: “Permanecer e transgredir”
Durante muitos anos fui um ferrenho católico. Para o bem e para o mal eu acreditava e seguia o que me era proposto, sem questionar muito. Se a religião prende, ela também dá uma segurança danada. E quando tudo o que você precisa é se sentir parte de alguma coisa organizada e forte, o apelo da religião é irresistível. Depois de um longo, difícil e libertador processo, não me considero mais católico – pelo menos não de uma forma tradicional. Minha única ligação real com o catolicismo é por meio de um grupo de reflexão, suporte e partilha de gays católicos (o Diversidade Católica). Na verdade, sou um dos “fundadores” do grupo. Entendi que o meu processo de auto-aceitação poderia ajudar outros gays que estão na Igreja a vivenciar isto de forma menos dolorosa. O tema religião – especialmente o catolicismo – e homossexualidade rende inúmeros e calorosos debates. Há pouco tempo no blog de um conhecido, André Fischer, diretor do Mix Brasil, eu e o restante do grupo fomos classificados de bem-intencionados, porém ingênuos. Para o referido autor a única solução para um / uma homossexual católico (a), diante das inúmeras besteiras que o magistério tem dito a respeito do tema, seria romper com a Igreja, sair do catolicismo. A primeira tentação e o movimento mais espontâneo, sem dúvida alguma, seria este mesmo. Abandonar, deixar, partir de onde...
Leia Mais