Autor: Equipe Diversidade Católica

Memória: o Brasil em encontro mundial de Católic@s LGBT

Entre 01 e 04 de outubro de 2015 aconteceu em Roma, na Itália, o encontro de fundação da Global Network of Rainbow Catholics (em português, “Rede Global de Católicos do Arco-íris”), que contou com a participação de grupos de católic@s LGBT vindos de 31 países de todo o mundo, incluindo o Brasil, representado pela nossa Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT. O evento foi iniciativa de 13 organizações internacionais, particularmente representadas pelo Fórum Europeu de Católicos LGBT e pelo grupo New Ways Ministry (Estados Unidos), que se reuniram pela primeira vez em outubro de 2014, quando começaram a se articular para criar uma rede mundial de iniciativas pastorais voltadas para pessoas LGBT. Após um ano de contatos com uma série de outros grupos pelo mundo, o encontro de Roma foi um primeiro espaço de discussão de diretrizes comuns, a partir do debate sobre os principais desafios e perspectivas do trabalho pastoral com pessoas LGBT na Igreja Católica. O encontro aconteceu no fim de semana que antecedeu a segunda etapa Sínodo dos Bispos para a Família. Em função disso, o evento teve como tema “Vozes LGBT para o Sínodo”, e sua programação inclui também a realização da conferência “Ways of Love – Snapshots of Catholic Encounter with LGBT People and their Families” (em português, “Caminhos do Amor – Retratos de um Encontro Católico com Pessoas LGBT e suas Famílias”). A conferência, aberta ao público, contou com a participação também de...

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Depoimento: “Não se podem pular etapas”

Nosso querido Arnaldo, um dos fundadores do Diversidade Católica, foi entrevistado no final de 2013 para uma matéria de capa da revista Época fazendo um balanço do primeiro ano do pontificado do Papa Francisco, e contou um pouco da sua história. Se quiser saber mais, você pode ler seu depoimento aqui – e, para depoimentos de outros membros e amigos do grupo, é só clicar aqui. Publicado originalmente em nosso...

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Memória: nota celebrando os 10 anos do Diversidade Católica (14/07/2017)

Há exatos 10 anos, rompia-se um silêncio. Em 14 de julho de 2007, depois de alguns encontros, reuniões, partilhas e sonhos trocados, entrava no ar o nosso site, que deu vida ao Diversidade Católica, e iniciou os primeiros passos de um apostolado bonito e profético, em favor da cidadania LGBT na Igreja e na sociedade. Nascia o primeiro grupo de católicos LGBT do Brasil, com a missão de romper o silêncio e anunciar que a mensagem do Evangelho é uma mensagem de amor que pode e deve alcançar a todas as pessoas sem distinção, sem violência, sem exclusão. De lá para cá, testemunhamos coisas que não imaginávamos que aconteceriam tão cedo, e louvamos a Deus em gratidão por isso. Vimos o Papa Bento XVI lembrar que o Catolicismo deve ser uma opção positiva, e não um mero conjunto de proibições. Vimos o Papa Francisco resgatar a força da mensagem do Cristianismo como uma opção que deve se pautar pela liberdade, pela acolhida e pelo diálogo fraterno, incentivando uma pastoral mais aberta à escuta e ao discernimento, longe da repetição cega de algumas de normas morais. Recebemos com alegria o seu alerta de que devemos ser facilitadores da Graça, e não agir como se fôssemos controladores dela. Lhe ouvimos dizer: “se uma pessoa é gay, e tem bom coração, e busca a Deus, quem sou eu para julgar?”. Lhe vimos...

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Depoimento: “A verdade sobre a homossexualidade”

No começo de 2014, nossos amigos do Equally Blessed compartilharam um texto do padre americano Gary F. Meier no Huffington Post, do qual traduzimos e compartilhamos parte com vocês (para ler o artigo original, na íntegra, clique aqui). O Pe. Meier lançou em 2013 o livro Hidden Voices, Reflections of a Gay Catholic Priest (“Vozes Ocultas – Reflexões de um padre católico gay”), a princípio anonimamente, para depois assumir que era o autor do livro. Seu testemunho é rico e significativo. Segue o texto, originalmente publicado em nosso blog. (…) Faz pouco mais de seis meses que anunciei que sou o autor de Hidden Voices, Reflections of a Gay Catholic Priest, e muita coisa aconteceu . O livro foi lançado no dia 23 de maio de 2013, e levou a uma série de entrevistas de televisão, rádio e jornais. Muitas dessas entrevistas podem ser encontradas no meu site (…). Meu livro tem gerado muito interesse e, literalmente, milhares de e-mails e cartas de pessoas de todo o mundo. De tudo que recebi, apenas alguns foram negativos. O resto são um misto de e-mails de apoio e mensagens afirmativas daqueles que foram feridos pelos ensinamentos da Igreja Católica sobre a homossexualidade. Entristece-me que uma igreja que eu amo possa ser tão prejudicial para muitos de seus membros ” – pessoas boas e amorosas . São seminaristas, sacerdotes, bispos, alguns jovens LGBT e seus pais, e aliados LGBT – todos eles estão desesperadamente tentando conciliar o que...

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“Quando o filho sai do armário, a mãe entra”

Uma frase da pesquisadora, professora e escritora Edith Modesto resume bem a dificuldade dos pais em aceitar um caso de homossexualidade entre a sua prole: “quando o filho sai do armário, a mãe entra”. E foi exatamente essa experiência que Edith viveu quando o seu caçula lhe disse, chorando, que era homossexual. “Naquela época, meu mundo caiu”, lembra. “Na maioria das vezes, a descoberta da homossexualidade de um filho é vivida como uma tragédia. Por isso, passei por um processo lento de aceitação”. Edith levou anos pesquisando sobre diversidade sexual, após descobrir que não sabia nada sobre o assunto, apesar de ser professora universitária (aposentada), mestra e doutora em Semiótica pela Universidade de São Paulo (USP). Ela começou acompanhando fóruns de bate-papo na internet sobre homossexualidade. Por muito tempo, a vergonha a impediu de interagir nessas rodas de conversas virtuais; apenas lia os diálogos dos outros integrantes. “Tinha muito preconceito e associava homossexualismo a doença, safadeza, perversão, mas fui me surpreendendo ao ver como os participantes eram cultos, interessantes e com caráter”. Até que Edith, de 68 anos, teve coragem de se apresentar para todos como uma mãe de gay, que estava apavorada com a descoberta. Ao saberem disso, os interlocutores virtuais ficaram extasiados com o fato de estarem diante de uma mãe que, pela primeira vez, tentava entender esse mundo. Eles a “adotaram” e alguns se tornaram seus...

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