O testemunho do senador gay e católico: sejamos irmãos em Cristo
Por Fabiano Contarato* Lembro com dor e, paradoxalmente, com muito alívio daqueles dias em que ia à igreja, ajoelhava e chorava, enquanto estava rezando para que Deus me mudasse. É uma dor fantasma, como a de quem perde a perna. Continua ali, latente. Já o alívio vem da aceitação. Essa não veio cedo na minha vida, mas me fortaleceu ao longo dos anos. Foi somente aos 27 anos que me permiti amar alguém como eu. Foi em silêncio, em resignação, porque sabia que teria de enfrentar um mundo de não aceitação. Tinha medo, especialmente, pela minha fé. Hoje, aos 53 anos, casado com Rodrigo, pai de um menino lindo, Gabriel, que já tem 5 anos de idade, tenho muito amor pela minha família e sou grato a Deus pelas nossas vidas. Estou em paz. Entendi, na minha trajetória, que Deus nos fez e nos ama, incondicionalmente. Ele é pai! Para enfrentar muitas dificuldades, tive o apoio da minha saudosa mãe, que devota de Maria Santíssima, em silêncio, esteve sempre ao meu lado. Sentia o seu amor e era o que mais me importava, confortava mais do que palavras que não conseguiríamos dizer um ao outro. Sei, no entanto, que muitos jovens não têm esse acolhimento em ninguém da sua família. Daí, penso na importância da igreja. É porque a fé ampara e nos reconecta com o melhor e o lado mais humano da nossa...
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