Autor: Equipe Diversidade Católica

Depoimento: “Sou o que sou e isso basta para mim”

Tudo na minha vida foi feito com muita certeza, nunca quis culpar ninguém pelos meus atos. Desde muito novo, eu já era super responsável e, como alguns amigos dizem, “um novo velho”! Bom, comecei a frequentar a Igreja com 13 anos, com 14 fiz a Primeira Comunhão, com 15 a Crisma, e com 16 já era dirigente de um grupo de jovens, o que perdurou até os meus 22 anos. Me identifiquei com o estilo de oração e vivência do movimento Renovação Carismática (RCC), e lá fiquei por muito tempo. Nunca tive atração, ou desejo de ficar com homens na minha adolescência, e nem na juventude, até fazer (como eu gosto de brincar) 23 anos e 10 meses. Neste período comecei a olhar diferente para homens, e lembro de um episódio em que minha namorada (na época) me disse que eu tinha olhado diferente para um cara, e (segundo ela), eu era bissexual. Depois de um bom tempo, terminamos, mas as palavras dela começaram a rondar meus pensamentos e eu estava diferente mesmo. Me relacionei com uma garota da faculdade, mas não foi para frente… enfim, eu começava a querer entender o que estava acontecendo comigo. Muitas coisas vinham à minha mente ao mesmo tempo, comecei a ficar sem paz interior. Dúvidas, dedos (os meus) apontados para mim e uma série de questionamentos começaram a me deixar mal, bem...

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Depoimento: “Aqueles que são bem ditos”

“Queridos companheiros de jornada, sou um participante um tanto bissexto, tanto nos meus comentários no Blog, quanto nas minhas idas às (fantásticas) reuniões do Diversidade Católica, aonde fui levado por um amigo de muitos anos. Minha pouca assiduidade, no entanto, não é por falta de interesse, mas de tempo, pois, se eu pudesse, pela grandeza e importância que vejo no trabalho desse grupo tão verdadeiramente cristão, seria um ativista ávido e perene das reuniões e das leituras desta página. Como fui chamado (nem digo apenas “convidado”), no “informe” do DC, a ler e dialogar com o testemunho desta semana, eis-me aqui. O que o Rodolfo passou […] é, sem dúvida, um dos grandes conflitos que nos assolam. Muitos de nós (não posso dizer “todos”) não aceitam a situação de mascarar a própria orientação sexual e continuar indo à igreja como se aquela orientação simplesmente não existisse. E é nesse grupo de pessoas – nós, que aqui dialogamos – que nasce o conflito entre ser gay e ser católico. Muitos não aceitam a aludida “vida dupla”, que o Rodolfo citou. É, sem sombra de dúvida, uma fase de verdadeiro suplício interno, estertores psíquicos indescritíveis, uma tortura na alma. Só nós que passamos por isso sabemos exatamente o tamanho e a amplitude da dor. O que quero dizer é simples, assim como Cristo é simples, e claro, assim como Cristo é claro....

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Depoimento: “Ser gay pra mim é uma benção”

Fui sempre o bom católico e agi de acordo com os protocolos. Fiz minha primeira comunhão de branco em uma igrejinha daquelas que a gente só vê nos filmes dos Trapalhões no Ceará. Aos 15 anos, também como todo bom católico, fiz Crisma, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro. Além de ter recebido o sacramento pelo Bispo, tudo direitinho, fiz meu curso de Crisma na Catedral também, onde tínhamos freqüentes visitas do próprio sob o olhar de nossa catequista , como que dizia “senta direito”. A partir dali fui para uma paróquia mesmo. Rapidamente entrei num grupo, me envolvi em sua liderança e sempre ia onde me chamavam, fiz e servi em diversos encontros, retiros e formações. Meu Domingo, não era de descanso. Um deles me tocou em especial aos 18 anos e resolvi largar o trabalho que realizava na Paróquia da Na Sra do Rosário de Fátima S. Antônio de Lisboa na Taquara aqui no Rio e seguir ao chamado, segundo meu entendimento da época. De forma muito lúdica e carismática seguia o meu caminho de bom católico, procurando em minha postura avançar no que podia em tão encantadora maneira de viver minha espiritualidade. A experiência proporcionada a mim e depois retransmitida aos demais era de um calor humano fantástico e assim segui por mais 5 anos. O engraçado foi que nos mesmos 18 anos, justo no...

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Depoimento: “O amor de Cristo nos uniu”

“Quando eu penso na improbabilidade do nosso encontro, eu sei: o amor de Cristo nos uniu. Quando eu busco algum sentido nas nossas vidas antes de estarmos juntos, eu sei: o amor de Cristo nos uniu. Quando eu rio do enorme esforço que foi conseguir estar perto dele, eu sei: o amor de Cristo nos uniu. Quando eu me perco e ele me encontra, eu sei: o amor de Cristo nos uniu. Quando meu cansaço ele consegue transformar em esperança, eu sei: o amor de Cristo nos uniu. Quando vejo que posso viver sem ele, mas que ele é minha melhor escolha de vida, eu sei: o amor de Cristo nos uniu. Quando escuto dizerem que estar com ele é pecado, e ele vai me buscar na saída do metrô com nossa cachorrinha, a Maysa, eu sei: o amor de Cristo nos uniu. Quando apenas sorrindo ele consegue falar de amor com mais fluência que qualquer poeta, e sobre Deus com mais propriedade que qualquer teólogo, eu sei: o amor de Cristo nos uniu. Quando só ele entende realmente o que eu falo, quando ele entende que minha raiva é na verdade medo, quando ele me abraça, mesmo dormindo, eu sei: o amor de Cristo nos uniu. Quando sei que ele, humano, me apontou o caminho do amor divino, eu sei: o amor de Cristo nos uniu.” R. (autor...

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Depoimento: “Sou eu inteiro, teoria e prática”

Tenho um grande amigo que adora fórmula 1, acorda de madrugada, assiste a todas as provas, entende de tudo, mas… nunca aprendeu a dirigir. Não sei porque pensei imediatamente nele quando li o depoimento de um gay ortodoxo. Fui muito tempo um gay não praticante, tanto quanto fui um católico não praticante. De certa forma o “não praticar”, seja lá o que fosse, me foi sempre um lugar muito seguro. Também já fui um “super praticante”, tanto como gay quanto como católico, e da mesma forma que a “não prática”, o “excesso” era também uma forma de defesa, uma forma de não fazer contato com minha inteireza. Hoje acredito cada vez mais que é pelo outro que sou nutrido, que é através do outro que Deus se manifesta a mim. Assim não praticar, seja ser gay ou ser católico, é impossibilitar o encontro com Deus, é cortar Sua palavra, é fechar os olhos ao Seu amor divino. Hoje pela graça de Deus sou praticante, tanto como gay, quanto como católico, e me sinto extremamente confortável com isto, pois sou eu inteiro, teoria e prática. Paz e Bem R., Rio de Janeiro (depoimento publicado em nosso blog em...

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