Depoimento: “O Deus de amor não condena nenhum de seus filhos”
Nasci católica, numa cultura católica, onde o universo todo também era católico. Fui apresentada, muito cedo, pelo meu avô materno – obviamente católico – a um Deus que não pune, que não frita gente num inferno escaldante, que não se vinga ou sente raiva. Esse Deus do vô João nos protege ao mesmo tempo que nos permite escolher a vida que quisermos ter, com todas as consequências. Ele não é responsável pelo mal mas não nos nega a experiência do mal. Ele não nos nega experiência alguma. E é essa a liberdade linda e divina Dele. Aos 21 anos, já bem crescida e sabendo bem escolher os frutos do Bem e do Mal, me dei conta de que sou óbvia e intrinsecamente gay. Sempre fui; não virei gay. Antes eu tivesse passado por baixo do arco-íris; teria explicado muita coisa no começo. Mas eu entrei no arco-íris e, como não poderia deixar de ser, com o gênio que tenho, aceitei viver inteiramente o que sou com as consequências que isso pudesse ter. Passei a ser católica e gay, na mesma intensidade, de forma tão primitivamente enraizada na minha personalidade que nunca escolhi ser ou deixar de ser nenhuma delas. Apenas sou. Graças ao meu vô João, meu Deus de amor foi maior que o inferno que o homem teima em pintar em nome de Deus. Minha criação foi forte...
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