Autor: Equipe Diversidade Católica

Manual de Comunicação LGBTI+

Compartilhamos aqui o “Manual de Comunicação LGBTI+”, uma publicação conjunta da Aliança Nacional LGBTI, do Grupo Dignidade e da rede GayLatino. Toni Reis, doutor em educação e organizador do Manual, explica seu objetivo na introdução:   “Este Manual visa apresentar aos meios de comunicação, incluindo jornalistas e estudantes desta área, a terminologia mais atualizada sobre a população lésbica, gay, bissexual, travesti, transexual e intersexual (LGBTI+)*, trazendo à discussão temas importantes para o debate nacional e internacional sobre seus direitos. Tem por objetivo contribuir para diminuir preconceitos e estigmas e colaborar para o melhor entendimento de termos que são recorrentes entre a população LGBTI+, mas que podem não ser usuais no dia a dia de comunicadores(as) e estudantes, a fim de contribuir para um jornalismo mais inclusivo e atento às realidades. É uma obra que teve a contribuição de muitas mãos e muitas cabeças, além de se inspirar em manuais de comunicação LGBTI+ de organizações como o SOMOSGAY (Paraguai), a Colômbia Diversa, a GLAAD (Estados Unidos) e a ABGLT no Brasil. Também foi objeto de pesquisas, sendo que as fontes são citadas. Contou ainda com contribuições de especialistas. Além disso, houve uma consulta pública que durou dois meses, com ampla divulgação, resultando em várias contribuições. A Aliança Nacional LGBTI, o Grupo Dignidade e a rede GayLatino acreditam que só com a informação mais correta possível é que se pode vencer o preconceito. Contamos com o seu apoio para combatermos juntos o preconceito e tornar o Brasil um país mais justo para toda a...

Leia Mais

O Fundamentalismo Religioso e os LGBT

Compartilhamos aqui o artigo de Luis Corrêa Lima, sacerdote jesuíta e professor do Departamento de Teologia da PUC-Rio. Trabalha com pesquisa sobre diversidade sexual e de gênero, e no acompanhamento espiritual de pessoas LGBT. Publicado originalmente no Dom Total.   Um fenômeno religioso e cultural dos tempos atuais é a disseminação e a persistência do fundamentalismo religioso. O termo “fundamentalista” remete a fins do século XIX e início do XX, em que grupos protestantes nos Estados Unidos reagiam contra os métodos científicos de interpretação da Bíblia. A Palavra de Deus, por Ele inspirada, supostamente estava isenta de erro e deveria ser interpretada literalmente em todos os seus detalhes. O mundo católico também compartilhava esta ideia. No pontificado de Pio X, ensinava-se oficialmente que os três primeiros capítulos do Livro do Gênesis eram verdade histórica; ou seja: o mundo foi feito em seis dias, o homem veio direto do pó da terra e a mulher veio da costela do homem. Por séculos, também se utilizou a Bíblia para se afirmar a imobilidade da terra, para se justificar a escravidão dos povos africanos e a submissão da mulher ao homem. A população LGBT não escapou da dura condenação com base nos textos bíblicos. O texto mais utilizado foi a história de Sodoma e Gomorra, cujo pecado clamou aos céus e resultou no castigo divino destruidor (Gn 19). Este pecado foi recusar...

Leia Mais

Documento de trabalho do Sínodo dos Jovens mostra evolução do Vaticano sobre temas LGBT

“A prova de abertura do Vaticano para questões LGBT será o modo como estes temas serão abordados no Sínodo propriamente dito: jovens LGBT serão representados na Assembleia? Vozes que discordam das questões LGBT serão permitidas?”, escreve Francis DeBernardo, diretor executivo do New Ways Ministry, em artigo publicado pelo NWM aqui, 20-06-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen para o IHU On-line (aqui). Eis o texto. O Vaticano atingiu três metas na sua evolução em direção a um maior diálogo com a comunidade LGBT. No Instrumentum Laboris, um documento preparatório lançado em 19 de junho que estabelece a direção para o Sínodo dos Jovens que ocorrerá em Roma, o Vaticano usa pela primeira vez a sigla “LGBT” para descrever os indivíduos com diversas sexualidades e identidades de gênero. De modo similar a 2013, quando o Papa Francisco se tornou o primeiro Papa a usar a palavra “gay”, essa mudança de vocabulário sinaliza que os oficiais da Igreja estão começando a entender que eles têm que tratar as pessoas LGBT com simples respeito e se referir a eles com termos mais precisos. Outro desenvolvimento significativo é o reconhecimento de que as pessoas LGBT têm um desejo de fazer parte da Igreja. Em uma seção o documento afirma: “alguns jovens LGBT… desejam se beneficiar com maior proximidade e se sentirem amparados pela Igreja”. Este reconhecimento é uma mudança bem-vinda da retórica...

Leia Mais

A Igreja e a sigla LGBT

“Passar do termo sodomia à sigla LGBT é um percurso histórico que vai da total execração ou eliminação do outro à estima e à cidadania”, escreve Luís Corrêa Lima, sacerdote jesuíta e professor do Departamento de Teologia da PUC-Rio, que trabalha com pesquisa sobre diversidade sexual e de gênero e no acompanhamento espiritual de pessoas LGBT. Eis o artigo, publicado originalmente no IHU On-line: Em muitos lugares se comemora o dia do orgulho LGBT em 28 de junho, data que recorda os protestos de grande repercussão ocorridos há 49 anos junto ao bar Stonewall, em Nova Iorque. Há poucos dias, surgiu uma novidade: um texto oficial da Igreja Católica, emitido pelo Vaticano, utiliza pela primeira vez a sigla LGBT [Nota de IHU On-Line: trata-se do documento preparatório para o Sínodo dos Bispos sobre os Jovens, a ser realizado no segundo semestre deste ano]. Trata-se do Sínodo dos Bispos convocado pelo papa Francisco, para tratar neste ano do tema da juventude contemporânea, relacionando-a com fé e vocação. Bispos católicos de todo o mundo e seus assessores se reunirão por mais de três semanas em Roma, em outubro, com esta finalidade. A preparação deste evento teve um amplo questionário enviado a todas as dioceses, tratando não só dos jovens que frequentam a Igreja, mas também daqueles que estão distantes ou alheios. Com as respostas obtidas, foi elaborado um documento preparatório no qual...

Leia Mais

28 de junho, Dia do Orgulho LGBTI+

  Semana passada comemoramos o Dia do Orgulho LGBT. A data remete ao emblemático 28 de junho de 1969, quando os frequentadores do bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, reagiram às frequentes investidas policiais no local, então um importante reduto da população LGBTI+. Os protestos, que se estenderam por três dias, seriam recordados no ano seguinte por meio da realização da primeira Parada do Orgulho, consagrando esse dia como marco da luta das pessoas LGBTI+ por liberdade de expressão e igualdade de direitos. Desde os seus primórdios (antes mesmo de 1969), a história da organização do que viria a se constituir como o movimento LGBTI+ vem sendo marcada tanto pela atuação de religiosos consagrados e comunidades de fé no acolhimento e suporte à diversidade sexual e de gênero quanto pela pertença religiosa de pessoas trans, lésbicas, bissexuais e gays nas Igrejas. No próprio episódio de Stonewall, por exemplo, uma das primeiras pessoas a atirar pedras na polícia, deflagrando o levante, foi Sylvia Rivera, uma mulher trans cristã que frequentava e ministrava na Igreja da Comunidade Metropolitana de Nova Iorque – onde hoje há um refeitorio público fundado por ela e um abrigo para pessoas LGBTI+ que leva seu nome: “Sylvia’s Place”. Pouca gente sabe que essa importante personagem da nossa história tinha uma fé. De fato, a memória da experiência religiosa na vida das pessoas LGBTI+ tende a ser apagada...

Leia Mais