Autor: Equipe Diversidade Católica

Pais de LGBT: conflitos e perspectivas

Neste Dia das Mães, reproduzimos aqui o texto de Luis Correa Lima, SJ, publicado originalmente no Dom Total: A situação de pais e mães de LGBT é muito peculiar e delicada. A grande maioria deles sonhou com filhos cisgêneros (identificados com o sexo que lhes é atribuído ao nascer) e heterossexuais, que se casariam com pessoas do sexo oposto e assim lhes dariam netos. Quando esta expectativa não se concretiza, muitas vezes ficam consternados. É algo semelhante ao luto. O filho ou a filha que eles sonharam não existe mais. Conviver com esta dura realidade exige paciência e abertura. É preciso exortá-los que os filhos, quaisquer que sejam, são sempre um presente de Deus criador aos pais e à humanidade, assim como a vida de qualquer ser humano. E os pais são para eles um instrumento da Providência divina para que tenham vida, afeto, educação e valores. Ter filhos LGBT os remete à complexa realidade da diversidade sexual e de gênero. Ao longo da história e em diferentes culturas, esta questão foi tratada de vários modos. A sociedade e as famílias estão em busca da maneira mais razoável de se lidar com isto; a Igreja Católica, que é parte da sociedade, também. Nenhum ser humano é um mero LGBT, mas é antes de tudo criatura de Deus e destinatário de Sua graça, que o torna filho Seu e herdeiro...

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Cardeal aprova cerimônias de “bênção” de casais homossexuais

BERLIM, 05 Fev. 18 (ACI digital) – O Cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, assegurou que, para ele, os sacerdotes católicos podem realizar cerimônias de “bêenção” de casais homossexuais. Em declarações à rádio alemã ‘Bavarian State Broadcasting’, em 3 de fevereiro, o Cardeal Marx disse que “não pode haver regras” sobre esse tema. Em vez disso, a decisão de se uma união homossexual deveria receber a bênção da Igreja deve estar nas mãos de “um sacerdote ou um responsável pela pastoral” e deve ser realizada de acordo com cada caso. A entrevista foi feita por ocasião do décimo aniversário do Cardeal Marx como Arcebispo de Munique e Freising, na Alemanha. [E menos de um mês depois de o Bispo de Osnabrück e vice-presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Franz-Josef Bode, propor que os casais do mesmo sexo recebam uma bênção católica, diferente do matrimônio, e que a Igreja revise o seu ensinamento sobre a homossexualidade – veja aqui] Perguntaram ao Cardeal alemão: “por que a Igreja nem sempre avança quando se trata de exigências de alguns católicos sobre, por exemplo, a ordenação das diaconisas, a bênção dos casais homossexuais ou a abolição do celibato (sacerdotal) obrigatório?”. O Arcebispo de Munique e Freising indicou que, para ele, a pergunta importante que deve ser realizada é como “a Igreja pode enfrentar os desafios expostos pelas novas circunstâncias atuais. Mas também pelas...

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O ódio aos LGBT e um suicídio evitado

“Há pais de família que dizem: “prefiro um filho morto a um filho gay”. E muitos pais os expulsam de casa. Entre os palavrões mais ofensivos existentes, estão a referência à condição homossexual e à relação sexual entre pessoas do mesmo sexo. No Brasil são frequentes os homicídios, sobretudo de travestis. Há muitos suicídios, principalmente de adolescentes”, constata Luís Corrêa Lima, padre jesuíta, professor na PUC-RIO, em depoimento que publicamos a seguir. Segundo ele, “no mundo religioso cristão, muitas vezes se fazem citações descontextualizadas da Bíblia ou simplificações indevidas da doutrina, com extrema rigidez e um terrível ímpeto condenatório dirigido aos LGBT. Algumas vezes, como se viu, eles são considerados endemoninhados a serem exorcizados, ou são submetidos a oração de “cura e libertação” para mudarem a sua condição ou identidade”. Eis o depoimento, publicado originalmente no site do IHU, aqui. O atentado brutal à boate gay em Orlando [em 2016], com dezenas de mortos e outras dezenas de feridos, gerou um intenso clamor pelo enfrentamento ao ódio contra os LGBT. Dentre as vozes deste clamor, está a do papa Francisco, urgindo que as causas dessa violência horrível sejam combatidas eficazmente e o mais rápido possível. E chega a dizer que a própria Igreja deve pedir desculpas aos gays que tenha ofendido. Isto me encoraja a compartilhar uma experiência dramática vivida há cinco anos. Eu fui a um simpósio de direito...

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“A Igreja precisa ouvir as pessoas homossexuais”: entrevista com o jesuíta americano James Martin

O Pe. James Martin, SJ está lançando uma edição revisada e expandida de Building a Bridge, seu livro sobre a relação entre a comunidade LGBT e a Igreja Católica. A parte principal do livro se baseia em um discurso que ele proferiu após o recebimento do Prêmio Bridge Building, do New Ways Ministry, em outubro de 2016. O blog Bondings 2.0, em 21-02-2018, apresentou a primeira entrevista do Pe. Martin, concedida a Robert Shine, sobre o que foi adicionado na nova edição, como ele responde às críticas e por que o livro desafiou-o e consolou-o ao mesmo tempo. A tradução é de Moisés Sbardelotto. Eis a entrevista, publicada originalmente no site do IHU, aqui. Você acrescentou as histórias de pessoas que você conheceu quando participou de palestras e outros eventos. Por que a narração de histórias é uma parte tão importante desse debate? Primeiro, porque é essencial ouvir os próprios católicos LGBT. A primeira edição do livro continha principalmente meus próprios pensamentos sobre como a Igreja institucional e os católicos LGBT poderiam se aproximar. É claro, esses pensamentos se baseavam nas minhas interações com ambos os grupos, mas, nesta edição, eu realmente quis dar voz às próprias pessoas LGBT: para permitir aos leitores ouvir suas próprias histórias. Em segundo lugar, eu acho que aprendemos melhor com as histórias. Quando eu estava escrevendo meu livro sobre Jesus há alguns anos, me...

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